O meu desatino
Não gosto do desprezo
Nem da desavença
Muito menos do descaso
Tão pouco da descrença
A desonra, o desafeto
E a deselegância
Isso nos destrói
E nos desumanizam
Gosto mesmo é do desapego
Acordar descalço
Ficar descabelado
Fazer o desjejum
Pra não ser desnutrido
Aprendi com a filosofia
A ler a desordem
O desequilíbrio, o desespero
O desfeito e o desencanto
Como forma de desconstrução
Do meu desempenho
Quando há despedida,
A gente pede desculpa
Também pede desconto
Por tantos deslizes
Agora,
O meu mais profundo desejo
É desafiar o destino
Destramelar os horizontes
Desnudar as palavras
E, assim, fazer o meu devaneio
Crisjoli Fingal