Minha casa perdida de terra batida
Polida à taipa – pau-a-pique
Saudades do que foi a vida
De tão distante meu Moçambique
Som da terra! Cantiga ao vento!
Corria o sol, removia o chão
Rodas e danças; media o tempo
Era a África o meu coração!
Brasil – promessa nova de mãe gigante
Chorava a saudade fugida à lembrança
No meu sertão, o horizonte doravante
Não nasceu sonho nem cresceu esperança.
Minha casa velha, cobertura de sapê
Sem a água, sem energia
Mordomia para quê?
A casa se desfez no toque do tempo
E o vento continua tocando o que não se vê.
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