quarta-feira, 19 de agosto de 2015
UMA PARTE DE MIM
Há uma parte de mim,
que me incomoda, me gira, me roda,
que parece não ter fim.
Há uma parte de mim, que insiste em nós dois
revira o passado, mostra o lado do antes e do depois
me deixa calado, mas não sou dominado pelos seus ‘ois’ .
Uma parte de mim que é violenta,
me irrita e me tormenta
e não cansa, enfim..
Uma parte de mim...
Que é tão fugaz, astuta e voraz
Que é tão bruta, que me assusta e me compraz.
Há uma parte de mim que é locução
que tem poesia, que é provocação
que rasga a magia do meu coração.
A outra parte de mim é gota, é mar
é faísca, é fogo de pedra a lascar.
Esta parte de mim é vento de longe
que não esconde o tempo pra amar.
Crisjoli Fingal
domingo, 12 de julho de 2015
SERTÃO
A estrada que corta este
sertão tem poeira, tem pó, pois é estrada feita de chão. É estrada de gente que
pisa a terra, que caminha ao calor do sol, que tem força que move o passo. Gente
que busca o frescor da noite para descansar a alma. É sertão esquecido por
muitos. Quase não amado por ninguém. Mas, é sertão de resistência. Sertão de
paciência e de esperança. Sertão que sobreviveu ao tempo. Que alimentou o sonho
e impulsionou a partida. Sertão de saída e de permanência. Sertão de terras
distantes. Que poucos aventuraram. Sertão de muitas histórias. De mãos polidas
e calejadas de memória. Sertão de céu azul e chão rachado. Sertão de
reminiscências e de rogados.
Crisjoli Fingal
segunda-feira, 15 de junho de 2015
ORÁCULO
Os
guardiões do silêncio
Já
se vão repousar
Nos
ninhos escondidos
Pelas
florestas à beira-mar.
Talvez,
a proteção e a cautela
Já
estejam ameaçadas
Pelas
destrezas mãos humanas.
E as vozes serão tocadas
Pelas mãos e pelas fivelas
E não haverá mais o calar.
Crisjoli Fingal
quarta-feira, 10 de junho de 2015
REGISTROS
Eu precisei afastar um pouco de mim
mesmo
Deixei algumas páginas sem ler
De um livro um pouco curto.
Estive ocupado com outros planos.
Era virada de estação
O corpo tinha cheiro de primavera
Mas a lembrança era do outono.
Eu vi o sol adormecer sem vontade
Também vi o fogo consumir a tinta
E o papel morrer no nascer da chama.
Eu ouvi a última fala da noite
E consegui ver o nascer do dia.
Tive cansaço na hora imprópria
E precisei desenhar o caminho
Fui prisioneiro do não
Mas marchei por decisão
Eu estive lá...
Por isso, voltei...
Crisjoli Fingal
sábado, 16 de maio de 2015
RELATO
Eu não nasci das flores
Não fui polinizado das flores
Não recebi a visita dos colibris
Nem a água do jardineiro
Uma gota molhou minha existência
Eu nasci num jardim
Rodeados de borboletas
Num tempo de primavera
Eu tinha o néctar da vida
Um doce perfume
Misturado ao orvalho da aurora
Eu fui sou a escolha divina
Que soprou a vida.
terça-feira, 12 de maio de 2015
FOLHAS SECAS
Meus olhos se voltam
Para as montanhas
Olho o céu azul
Para recordar minha infância
As folhas secas
São o passar do tempo
A medida do tempo
É a recordação!
Dias de tardes frias
Uma cadeira solitária
Eis o passado
Ocultado pelas folhas secas
Renova o meu coração
Adormecido à terra
As folhas adormecem com o inverno
terça-feira, 5 de maio de 2015
ACOLHER

Acolher é uma graça.
Acolher é abençoar.
Uma atitude da bondade alheia.
Uma porta que se abre.
Uma mesa posta.
Um coração que reparte.
Uma mão que se estende.
Uma flor que se doa.
Um sorriso que diz tudo.
Um abraço que cura a dor mais profunda.
Um afago que protege.
Acolher é uma ação de liberdade.
Uma doação de quem não tem muito, mas tem o tudo.
Acolher é repartir.
É incluir.
É uma oração de amor.
Acolher é partilhar o pouco que se tem.
Porque se aprende o que é verdadeiramente essencial.
A acolhida é uma característica de aprendizagem, que nos ensina ver as coisas que os olhos da carne não são capazes de enxergar.
Acolher é receber um pouco do outro e dar um pouco de si mesmo.
Acolher é completar-se.
Acolher é assegurar ao outro que ele poderá voltar sempre.
Acolher é fazer-se irmão.
É constituir-se amigo.
Crisjoli Fingal
quarta-feira, 15 de abril de 2015
EXISTIR
Porque é feito de perfume e beleza,
atrai as borboletas.
Porque é feito de tempo,
germina, frutifica e cai.
Porque é feito de água,
segue o curso dos rios.
Porque é feito da doçura do mel
é levado pelas abelhas.
Porque é feito de amor,
se eterniza.
Crisjoli Fingal
domingo, 12 de abril de 2015
QUE CIRANDA É ESTA?
Que ciranda é esta que nunca se cansa
Que faz a gente voltar ao tempo de criança.
Que ciranda é esta que balança pelos parques
Que tem piruetas e tantas artes.
Que ciranda é esta cheia de gargalhadas,
Que faz a gente correr e dar tantas risadas
Que ciranda é esta que faz o corpo suar
Que não tem medo de cair e de não se machucar
É esta ciranda que faz a gente ter tanta confiança
Que as brincadeiras da vida, nos fazem criança.
Que ciranda é esta que vamos todos cirandar
Que não tem maldade, pois a ciranda é brincar.
Que ciranda é esta que não tem mais tempo.
Que deixa os cabelos se bagunçar ao vento.
Que ciranda é esta que esta perdida pelos campos
Pelas periferias, nas amarelinhas repletas de encantos.
Que ciranda é esta de meninos e meninas
De velhos e crianças, de sonhos e cantigas
É a ciranda das cordas e das bolas
Das ruas, das praças e das escolas.
É a ciranda que nos fez feliz.
Que parece que agora, está por um triz.
É a ciranda da vida, que não pode ser rompida
É a ciranda do tempo, que não pode ser esquecida
É a ciranda da inocência, que não pode ser perdida
É a ciranda das crianças, que não pode se acabar
É a nossa ciranda, que está adormecida
Só aguardando da gente, o nosso querer brincar.
Que faz a gente voltar ao tempo de criança.
Que ciranda é esta que balança pelos parques
Que tem piruetas e tantas artes.
Que ciranda é esta cheia de gargalhadas,
Que faz a gente correr e dar tantas risadas
Que ciranda é esta que faz o corpo suar
Que não tem medo de cair e de não se machucar
É esta ciranda que faz a gente ter tanta confiança
Que as brincadeiras da vida, nos fazem criança.
Que ciranda é esta que vamos todos cirandar
Que não tem maldade, pois a ciranda é brincar.
Que ciranda é esta que não tem mais tempo.
Que deixa os cabelos se bagunçar ao vento.
Que ciranda é esta que esta perdida pelos campos
Pelas periferias, nas amarelinhas repletas de encantos.
Que ciranda é esta de meninos e meninas
De velhos e crianças, de sonhos e cantigas
É a ciranda das cordas e das bolas
Das ruas, das praças e das escolas.
É a ciranda que nos fez feliz.
Que parece que agora, está por um triz.
É a ciranda da vida, que não pode ser rompida
É a ciranda do tempo, que não pode ser esquecida
É a ciranda da inocência, que não pode ser perdida
É a ciranda das crianças, que não pode se acabar
É a nossa ciranda, que está adormecida
Só aguardando da gente, o nosso querer brincar.
Crisjoli Fingal
terça-feira, 31 de março de 2015
TALVEZ
Talvez a chama do fogo, não tenha sido feita somente para o pavio.
Talvez a força do vento, não conduza sozinha a vela do navio.
Talvez se sinta a ausência da gota, só quando o copo estiver vazio.
Talvez aquilo que tanto se gosta, não seja algo tão sadio.
Talvez a margem fique mais segura, na próxima curva do rio.
Talvez se valorize mais a vida, quando se perde a ponta do fio.
Talvez tudo fique tão insignificante, quando não tiver mais desafio.
Crisjoli Fingal
segunda-feira, 30 de março de 2015
VERTICALIZAÇÃO DO PODER
VERTICALIZAÇÃO DO PODER
Algumas coisas que vêm de cima podem não ser tão agradáveis, ao contrário, podem ser perigosas, maldosas, fatais; a “cagada” de um urubu, por exemplo. Alguns podem até achar que foram agraciados com uma porção da sorte; outros, receberam literalmente uma “cagada”. Existem outras questões maiores: a queda de avião, a descarga elétrica dos raios, a queda de corpos celestes, chuvas torrenciais, e outras. Não com demérito é a ação da imposição autoritária do poder.
Quando estas ações implicam na verticalização do poder, a imposição versa no domínio. Os discursos, a implementação destas manobras podem ser perigosíssimas. Muitas vezes fatais. Nada mais fatal do que a imposição para impedir a participação. Este é o perigo dos palanques e dos púlpitos, quando o discurso está impregnado de coação.
Por outro lado, há coisas provindas do alto que podem ser benéficas: a luz do sol, a graciosidade da chuva serena e, por que não, o olhar ampliado de condição de águia. Basta saber que as visões privilegiadas e ampliadas sobre o horizonte não significa que a verticalidade deve impor sobre a horizontalidade. Afinal tudo que é imposto, posto não fica.
Cristiano Oliveira
sábado, 28 de março de 2015
EPISÓDIO
Talvez as águas se despedem de março sem conhecer seus verões.
Talvez as chuvas não andem mais depressa, mesmo que tenham que florir os corações.
Talvez não tenha mais águas por cima ponte. Nem tenha mais o São Francisco.
Talvez a gente nem precise atravessar para o lado de lá e nem tenha que correr nenhum risco.
Talvez a gente tenha que viver na correnteza do rio enquanto vai se navegando o nosso amor.
Talvez a corsa nem tenha mais anseios pelas águas e por isso a terra não precise mais de chuva para aliviar o calor.
Talvez não tenha mais arco-íris sobre a plantação e nem as águas movendo moinhos lá rincão.
Talvez não tenha mais prece, porque nada mais molhará o divino amor.
Talvez o gado continue a morrer de sede e a asa branca tenha mesmo que voar do sertão.
Talvez por falta d'água também falte o seu coração.
Talvez as chuvas não andem mais depressa, mesmo que tenham que florir os corações.
Talvez não tenha mais águas por cima ponte. Nem tenha mais o São Francisco.
Talvez a gente nem precise atravessar para o lado de lá e nem tenha que correr nenhum risco.
Talvez a gente tenha que viver na correnteza do rio enquanto vai se navegando o nosso amor.
Talvez a corsa nem tenha mais anseios pelas águas e por isso a terra não precise mais de chuva para aliviar o calor.
Talvez não tenha mais arco-íris sobre a plantação e nem as águas movendo moinhos lá rincão.
Talvez não tenha mais prece, porque nada mais molhará o divino amor.
Talvez o gado continue a morrer de sede e a asa branca tenha mesmo que voar do sertão.
Talvez por falta d'água também falte o seu coração.
Crisjoli Fingal
sexta-feira, 27 de março de 2015
PELAS PESSOAS
Decidi caminhar por caminhos terrenos, não pela condição de natureza, ou, pela simples razão de ter de suportar o tempo. Mas, pela existência que impera sobre a vida.
Numa possibilidade quase que surreal são poucos os caminham significativamente pelo chão da humanidade. Poucos são os que transitam suas memórias, seus conceitos e suas esperanças. Poucos são os que olham pra terra e, conseguem ver o nascer, o desabrochar, o florir e padecer da vida. Não como uma injustiça. Afinal morrer é única forma de provar a existência. Só morre quem um dia pode viver.
Num emaranhado de vozes, há aqueles que gritam desesperadamente por um tempo a mais. Outros, têm vozes de louvor, de agradecimento e de reconhecimento pela bondade divina. Estes, muitos destes, na maior simplicidade têm tão pouco das coisas que perecem, mas tem tudo do que os eternizam.
Tem a fé, a graça, a simplicidade. Tem nas mãos chaves indecifráveis aos olhos carne, mas aos olhos do infinito abrem janelas, portas, portões com suas sabedorias. São os homens e as mulheres de santidade. Não estão espalhados nos altos altares, pomposos das cátedras, mas estão espalhados pelas ruas, pelas vielas, pelos campos, pelo chão da terra, espalhando alegria, apertos de mãos, abraços de coração.
Eles já sentiram e sentem o cheiro do chão, o sabor do sol, o sentido da chuva, a força da oração e beleza da humildade. Eles continuam a lutar por amor, porque amam. Lutam pela paz, porque já conheceram a dor. Lutam pela união, porque já tiveram que fugir das guerras. Continuam a acreditar no amanhã, porque já tiveram suas experiências especiais com as coisas sagradas.
A jornada que vão fazendo vai marcando o chão de suas histórias e, vai, ao mesmo tempo, escrevendo seus próprios textos. São testemunhas antecipadas do céu. Por isso, que nunca excluíram a terra e nem desmereceram os homens.
São estas pessoas que estão no meio da gente. Falam como a gente. Inspiram a gente e nos ajudam a caminhar pela terra. São pessoas capazes de nos santificar. Elas nos ajudam a melhorar as palavras. A rever os conceitos e agir melhor do que ontem e melhor do que o hoje.
Estas pessoas têm nome: você; aquela lá; aquele sujeito. São por suas causas que decidi caminhar por aqui. Pois outros caminhos hei de caminhar quando encerrar este. Por isso, jamais desista do ser humano.
Cristiano Oliveira
sexta-feira, 20 de março de 2015
PALAVRAS
As palavras vão se cruzando.
Vão se entrelaçando...
Constituindo-se em outras palavras,
Perdendo por outros sentidos
Ganhando em outros significados.
Vão se fazendo em outras palavras.
Cedendo por outros motivos.
Desviando por outros lados.
Vão se entrelaçando...
Constituindo-se em outras palavras,
Perdendo por outros sentidos
Ganhando em outros significados.
Vão se fazendo em outras palavras.
Cedendo por outros motivos.
Desviando por outros lados.
As palavras vão se formando
Em outras palavras vão se guiando
Transformando-se em novas frases
Misturando com outras letras
Brigando com suas crases
Vão ficando meio cambetas
As palavras vão partindo...
Aos poucos estão morrendo
Distantes,vão sumindo
Incompreensíveis, estão sendo.
Em outras palavras vão se guiando
Transformando-se em novas frases
Misturando com outras letras
Brigando com suas crases
Vão ficando meio cambetas
As palavras vão partindo...
Aos poucos estão morrendo
Distantes,vão sumindo
Incompreensíveis, estão sendo.
As palavras estão mais raras
Pois poucos são os que as anunciam
Sua importância são tão claras
São por elas que os homens se guiam
As palavras pedem respeito!
São nos diálogos que se firmam
Foi com as palavras que tudo foi feito.
Pois poucos são os que as anunciam
Sua importância são tão claras
São por elas que os homens se guiam
As palavras pedem respeito!
São nos diálogos que se firmam
Foi com as palavras que tudo foi feito.
Cristiano Oliveira
sexta-feira, 13 de março de 2015
DEMÔNIOS
Os demônios de hoje não são chifrudos, orelhudos, rabudos... Não carregam grandes garfos e, muito menos, esquentam suas barrigas nos caldeirões ebulientes. Eles se vestem como nós, andam ao nosso lado, sentam-se nas mesmas mesas que nós, ou não. Sabem sorrir... Dominam muitas coisas, inclusive, nossas ideias.
São demagogos. Escrevem e falam bonito.
Oram, por vezes, melhor do que nós.
Os demônios de hoje tiram nosso alimento, nossa humanidade. Espetam nossos direitos e cozinham em banho-maria o nosso tempo. Eles continuam demônios. Zombam de nós e acreditam em Deus. O que os difere, dos da antiguidade, não é o 'inferno', mas a astúcia como ludibriam o ser humano.
Cristiano Oliveira
quinta-feira, 12 de março de 2015
quinta-feira, 5 de março de 2015
IMAGINÁRIO
É pouco por demais
Esquecer a indagação
Quando as perguntas ainda não terminaram.
Esta busca insaciável do movimento
Da roda ao seu imaginário
Assim como o som que se perde no eco.
A gota que se cai à terra sofrida.
A angústia da notícia desagradável.
A dor de Pedro ao canto do Galo.
As mãos que lavaram o silêncio de Pilatos.
O caniço da envergadura do bambu
A chegada do vento ao balançar o galho.
A despedida do ninho com a descoberta do voo
A humanidade do Ubuntu
A volta da chave à fechadura.
O nascer do fogo ao riscar do fósforo.
O despertar da vida com a nova ideia.
A fuga das estrelas à magia da Lua.
O desaparecer das cinzas ao despertar da Fênix.
Esquecer a indagação
Quando as perguntas ainda não terminaram.
Esta busca insaciável do movimento
Da roda ao seu imaginário
Assim como o som que se perde no eco.
A gota que se cai à terra sofrida.
A angústia da notícia desagradável.
A dor de Pedro ao canto do Galo.
As mãos que lavaram o silêncio de Pilatos.
O caniço da envergadura do bambu
A chegada do vento ao balançar o galho.
A despedida do ninho com a descoberta do voo
A humanidade do Ubuntu
A volta da chave à fechadura.
O nascer do fogo ao riscar do fósforo.
O despertar da vida com a nova ideia.
A fuga das estrelas à magia da Lua.
O desaparecer das cinzas ao despertar da Fênix.
Crisjoli Fingal
domingo, 1 de março de 2015
DEPOIS
Depois de amar,
Aventurou-se em uma nova estação.
Aventurou-se em uma nova estação.
Depois da estação,
Estacionou-se o passado em breves despedidas.
Estacionou-se o passado em breves despedidas.
Depois da despedida,
Despediu-se sem medo de deixar o olhar.
Despediu-se sem medo de deixar o olhar.
Depois do olhar,
Olhou-se, profundamente, para o chegar da tarde.
Olhou-se, profundamente, para o chegar da tarde.
Depois da tarde,
Entardeceu-se com o voo dos pássaros.
Entardeceu-se com o voo dos pássaros.
Depois do voar,
Voou-se sem se quer saber seu destino.
Voou-se sem se quer saber seu destino.
Depois de saber,
Destinou seu coração para aventuras...
Destinou seu coração para aventuras...
Cristiano Oliveira
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
COSTUREIRA
Imagem: José Bezerra Neto – “A costureira” – Mossoró/RN
Museu de Arte de Santa Maria (RS)
Eram linhas
que se perderam deste novelo
roladas ao chão,
prometidas à agulha.
Eram mãos cansadas, laboriosas
que buscavam as pontas dos fios
destinadas à costura.
Eram os consertos nos tecidos rasgados.
Eram as mãos das Terezas e das Joanas
As trêmulas mãos das Marias e das Anas.
Calejadas mãos de Sebastiana.
Miradas com os olhos cansados.
Que não confundiam cores e nem manhãs.
Agora, por onde andam as linhas
Que não tem trem e nem guias
procuradas por todos estes dias.
Linhas dos tricôs e dos crochês
dos abrolhos e dos bordados
linhas que as mãos
costuraram o passado.
que se perderam deste novelo
roladas ao chão,
prometidas à agulha.
Eram mãos cansadas, laboriosas
que buscavam as pontas dos fios
destinadas à costura.
Eram os consertos nos tecidos rasgados.
Eram as mãos das Terezas e das Joanas
As trêmulas mãos das Marias e das Anas.
Calejadas mãos de Sebastiana.
Miradas com os olhos cansados.
Que não confundiam cores e nem manhãs.
Agora, por onde andam as linhas
Que não tem trem e nem guias
procuradas por todos estes dias.
Linhas dos tricôs e dos crochês
dos abrolhos e dos bordados
linhas que as mãos
costuraram o passado.
Crisjoli Fingal
EIS A VOZ
Eis a voz que o mundo não compreende.
Que não tem tradução, vocabulário e nem linguagem.
Voz que os perdidos desconheceram.
Voz que a ciência não corroborou.
E que os orgulhosos não comunicaram.
Voz que os loucos não dançarão.
E que os ocupados não conhecerão.
Eis a voz que as ruas sufocaram.
E os carros atropelaram.
Eis a voz que o amor esquentou.
Que a oração rezou.
Que o inocente brincou.
Eis voz que a alma cantou!
E que só somente o silêncio escutou.
Eis a voz das ondas.
Das fontes invisíveis.
Voz dos santos e dos anjos.
Voz das pedras e dos profetas.
Voz do tempo, do hoje e do nunca.
Voz dos sábios e dos distantes.
Vozes incompletas e inquietantes...
Que não tem tradução, vocabulário e nem linguagem.
Voz que os perdidos desconheceram.
Voz que a ciência não corroborou.
E que os orgulhosos não comunicaram.
Voz que os loucos não dançarão.
E que os ocupados não conhecerão.
Eis a voz que as ruas sufocaram.
E os carros atropelaram.
Eis a voz que o amor esquentou.
Que a oração rezou.
Que o inocente brincou.
Eis voz que a alma cantou!
E que só somente o silêncio escutou.
Eis a voz das ondas.
Das fontes invisíveis.
Voz dos santos e dos anjos.
Voz das pedras e dos profetas.
Voz do tempo, do hoje e do nunca.
Voz dos sábios e dos distantes.
Vozes incompletas e inquietantes...
Crisjoli Fingal
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
VELHOS RETRATOS
Se tenho guardados meus velhos retratos
é porque são minhas lembranças, minhas saudades.
é porque são minhas lembranças, minhas saudades.
Se recordo do passado e se o tenho amado
é porque são minhas infâncias, minhas metades.
é porque são minhas infâncias, minhas metades.
Se tenho lá no alto a magia de duas estrelas
elas brilham todos os dias, para eu nunca esquecê-las.
Crisjoli Fingal
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
AURORA
Eu quero pegar a aurora na mão
E sentir a gota do orvalho.
Quero fazer minha primeira oração
Nos primeiros raios da manhã.
Quero ouvir o tecer dos galos
Bendizendo a terra anciã.
Crisjoli Fingal
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
MENTIRA
Não sei se era Antônio, João ou Maria
Não sei se tinha rosto, pseudônimo ou se mentia
Não sei se era passado, se tinha futuro ou alegria
Não sei se vivia da noite ou se buscava a luz do dia.
Só sei que fraudava os sinais.
Burlava as palavras
Sem consequências finais.
Com sua perna curta
Perdida em discurso impreciso
Apesar de ser astuta
Quando quebrou o paraíso.
Vivia calada,
Em meio à escuridão
Tinha boca de vento
Sopro de silêncio
Garras de gavião.
Tinha medo do pensamento
Quando o discernimento
Disse-lhe: “Aqui não!”
Perdeu para a verdade
Morreu em sua vaidade
Quando a confiança
Não lhe deu mais razão.
Crisjoli Fingal
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
PÓ DA VIDA
Eis o pó da vida!
Pó que nascemos.
Pó que retornaremos.
Pó que não nos humilha.
Que não nos diferencia.
Pó que não nos marginaliza e nem nos exclui.
Mas, pó que simboliza a origem.
Que guarda nossos passos.
Que suja nossos pés.
Pó das poeiras dos caminhos.
Do deserto da alma.
Pó dos caminhantes.
Dos ofegantes...
Dos orantes!
Pó da fé!
Que purifica os pecados.
Eis o pó que nos ajuda
a reconhecer nossa pequenez,
a abraçar a grandeza divina
no amor misericordioso do Cristo.
Pó das cinzas!
Que tem o verdadeiro tom da vida.
Pó da ressurreição.
Pó que nascemos.
Pó que retornaremos.
Pó que não nos humilha.
Que não nos diferencia.
Pó que não nos marginaliza e nem nos exclui.
Mas, pó que simboliza a origem.
Que guarda nossos passos.
Que suja nossos pés.
Pó das poeiras dos caminhos.
Do deserto da alma.
Pó dos caminhantes.
Dos ofegantes...
Dos orantes!
Pó da fé!
Que purifica os pecados.
Eis o pó que nos ajuda
a reconhecer nossa pequenez,
a abraçar a grandeza divina
no amor misericordioso do Cristo.
Pó das cinzas!
Que tem o verdadeiro tom da vida.
Pó da ressurreição.
Crisjoli Fingal
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
ROTEIROS
Já se foram as rosas
Restando-lhes seus perfumes
Já se foram as horas
Com os roteiros de costumes
Restando-lhes seus perfumes
Já se foram as horas
Com os roteiros de costumes
Já se foram as abelhas e as borboletas
Que não mais divagam pelos jardins
Por onde ficaram suas colheitas
Se ainda não chegaram até mim?
Que não mais divagam pelos jardins
Por onde ficaram suas colheitas
Se ainda não chegaram até mim?
Cadê a doçura que gerou o mel?
O ponto que alguém encontrou.
O ponto que alguém encontrou.
Cadê o orvalho que caiu do céu
A gota que a terra não molhou?
A gota que a terra não molhou?
Crisjoli Fingal
GENTE
A gente é feito de sonhos
Por isso nunca se pode parar!
É feito de passos...
Por isso hoje aqui. Amanhã acolá.
Feito de tempo.
Por isso tem saudade. Tem estações.
A gente é feito de palavras, de manias
Tem erros e pecados.
Por isso a gente precisa de perdão.
A gente é feito de defeitos
Mas, também de bênçãos.
A gente é feito de Deus
Por isso que amamos.
Feito de mistérios
Por isso se conhece tão pouco o humano.
É feito de encontros, chegadas e partidas.
Por isso, aqui, todos somos viajantes.
Feito de lágrimas e de sorrisos
Por isso temos dores e alegrias.
Gente tem reservas.
Tem privacidade!
A gente é feito de “oi” e de “olá”!
Gosta de abraços, bom dia e tchau.
Gente é feito do que é de gente.
Por isso natureza surreal.
Por isso nunca se pode parar!
É feito de passos...
Por isso hoje aqui. Amanhã acolá.
Feito de tempo.
Por isso tem saudade. Tem estações.
A gente é feito de palavras, de manias
Tem erros e pecados.
Por isso a gente precisa de perdão.
A gente é feito de defeitos
Mas, também de bênçãos.
A gente é feito de Deus
Por isso que amamos.
Feito de mistérios
Por isso se conhece tão pouco o humano.
É feito de encontros, chegadas e partidas.
Por isso, aqui, todos somos viajantes.
Feito de lágrimas e de sorrisos
Por isso temos dores e alegrias.
Gente tem reservas.
Tem privacidade!
A gente é feito de “oi” e de “olá”!
Gosta de abraços, bom dia e tchau.
Gente é feito do que é de gente.
Por isso natureza surreal.
Crisjoli fingal
domingo, 15 de fevereiro de 2015
CONTENTAMENTO
Na generosidade dos bons ventos
O que me move para outros mares
São o brilho do sol e a pausa do tempo
Vou navegando na rota dos teus olhares
Sem porto, sem destino, sem cais....
O que me move para outros mares
São o brilho do sol e a pausa do tempo
Vou navegando na rota dos teus olhares
Sem porto, sem destino, sem cais....
Um canto desvirtua os rumos incertos
Chega-se o pôr da tarde e nada mais
Não sei se o amanhã já está por perto
Nem se o céu estará um pouco cinzento
O importante é que no mar aonde eu navego
Com o azul do teu olhar eu me contento.
Chega-se o pôr da tarde e nada mais
Não sei se o amanhã já está por perto
Nem se o céu estará um pouco cinzento
O importante é que no mar aonde eu navego
Com o azul do teu olhar eu me contento.
Crisjoli Fingal
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Tempo
Tempo
É uma voz que canta sem se cansar
e caminha sem medir seus passos...Tempo não envelhece!
Apenas guarda memórias...
Tempo não esquece!
Reconta suas histórias...
Tempo não se mede.
Vive-se na eternidade!
Tempo é o hoje que enaltece a felicidade.
(Crisjoli Fingal)
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